Um mutirão oftalmológico realizado na última quinta-feira (15), no Hospital de Clínicas de Campina Grande, se transformou em alvo de sérias denúncias e investigações após diversos pacientes relatarem complicações graves nos olhos. A Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES-PB) já confirmou que quatro pacientes apresentaram desconfortos persistentes e instaurou um processo administrativo para apurar o caso.
De acordo com relatos recebidos com exclusividade pelo Blog do Márcio Rangel, medicações vencidas foram utilizadas durante os procedimentos, que ficaram sob a responsabilidade da Fundação Rubens Dutra Segundo, empresa contratada pela SES para executar os atendimentos. Ainda segundo apuração do blog, a médica responsável no dia, Nayara Cavalcante, não teria verificado a validade das ampolas aplicadas nos pacientes.
Um dos casos mais graves envolve uma idosa de 89 anos, que perdeu completamente a visão de um dos olhos após o procedimento. Segundo o filho da paciente, Inácio Quaresma Neto, sua mãe realizava tratamento regular há cinco meses com boas respostas. No entanto, após a aplicação realizada durante o mutirão, ela saiu do hospital com fortes dores e já relatando que “algo havia dado errado”.
Outro caso é o de um paciente do município de Picuí, que também desenvolveu quadro de infecção ocular e, segundo familiares, está sendo submetido a cirurgia de urgência no Hospital Help, em Campina Grande.
Em nota, a SES-PB informou que os atendimentos foram realizados pela Fundação Rubens Dutra Segundo, responsável pela equipe médica e fornecimento dos insumos. Dos 64 pacientes submetidos às intervenções, quatro apresentaram sintomas de complicações. A secretaria afirma que instaurou um processo administrativo para apurar a responsabilidade da empresa.
O Hospital Help, que é filantrópico e atende exclusivamente via SUS, confirmou que recebeu pacientes com demandas oftalmológicas encaminhadas pelas autoridades competentes. Já a Fundação Rubens Dutra Segundo informou que também irá investigar os fatos e se colocou à disposição das autoridades de saúde.
A denúncia de que medicamentos vencidos foram usados nos procedimentos amplia a gravidade do caso e levanta dúvidas sobre a fiscalização nos mutirões de saúde realizados através de contratos terceirizados. A médica apontada nos relatos, Nayara Cavalcante, ainda não se pronunciou sobre o ocorrido.
O Blog do Márcio Rangel seguirá acompanhando o caso e trará atualizações à medida que novas informações forem confirmadas.
( Blog do Márcio Rangel)
