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Lagoa Seca zera casos ativos de Covid-19, mas número de pessoas não vacinadas ainda preocupa Saúde

Cristiane Cavalcanti, secretária de saúde de Lagoa Seca

Já se passaram um ano e oito meses desde o registro do primeiro caso confirmado de Covid-19, em Lagoa Seca. De lá para cá, a prefeitura tem atuado para frear o avanço da pandemia, que ainda não chegou ao fim. Apesar disso, a Secretaria de Saúde revelou que estão zerados os casos ativos da doença, ou seja, que por enquanto não há, no município, mais infectados em decorrência do novo coronavírus.

A informação foi divulgada nesta quarta-feira (1º) e consta no boletim epidemiológico que reúne os números da covid em Lagoa Seca. Esta é primeira vez que a cidade se encontra num cenário animador deste tipo. A boa notícia alegrou as autoridades de saúde locais, bem como toda gestão municipal, mas acendeu outro alerta: a conjuntura de pessoas não vacinadas sequer com a primeira dose ainda é preocupante.

Mais de 1.400 lagoassequenses ainda não compareceram às unidades de saúde para receber alguns dos imunizantes disponíveis, uma quantidade que representa 7,39% do total de pessoas maiores de 18 anos. A constatação é do próprio setor de imunização da Secretaria de Saúde, que tem trabalhado diariamente para acelerar o ritmo da campanha de vacinação.

Ainda de acordo com o boletim epidemiológico divulgado nas últimas 24h, Lagoa Seca tem mais de 2.600 notificações de contaminados – realidade equivalente desde o começo da pandemia. Por sua vez, os casos suspeitos quase não tiveram elevação entre ontem e hoje, se comparados ao último balanço publicado na sexta-feira passada; 11 pessoas podem estar doentes com a covid, que já matou 41 em Lagoa Seca.

Segundo o setor de imunização, dois fatores podem ser a resposta dessa ausência de não vacinados. O primeiro motivo é a migração daqueles que recorreram a cidades vizinhas em busca da vacina, a exemplo de Campina Grande. Muitas por trabalharem na Região da Borborema, acabaram optando pelo acesso mais ‘rápido’ na garantia da dose. Embora residam em Lagoa Seca, caminhoneiros que garantem o sustento viajando também contemplam a lista. O segundo fator está no negacionismo frente à vacina, somado ao medo e à propagação de notícias falsas cujo teor desestabilizam a Ciência.

A Secretaria de Saúde apontou ainda outra característica que não está ligada diretamente a não vacinados, embora é um dado que a pasta faz questão de considerar. O total de indivíduos adultos que servem de base para a estatística do governo pode não ser o atual, que é de 19.925 munícipes aptos a se vacinar. Esse montante – alicerçado no último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – está provavelmente desatualizado, uma vez que o último Censo foi em 2010, e neste espaço de tempo a população aumentou.

Responsável pela imunização e logística da campanha, Irilene Barbosa elencou algumas estratégias adotadas para atrair pessoas a receberem suas doses de combate ao vírus Sars-CoV-2. “Temos feito, em parceria com os agentes comunitários de saúde, uma busca ativa, a fim de chegar a localidades que pouco entraram na fila da vacinação. Além disso, estamos dispondo a D1 (primeira dose) diariamente na Policlínica Manoel Jácome, sem mais necessidade de agendamento, como fazíamos no passado. Outra forma de melhorarmos essa situação é vacinando ainda mais nas unidades de saúde, evitando que pessoas venham até a zona urbana só para isso”, disse a profissional, adiantando mais um “Dia D” no próximo dia 11 de dezembro.

Até esta quarta-feira (1º), 18.819 cidadãos haviam arregaçado as mangas para se vacinarem com primeira dose. Esse quadro inclui as 475 doses do laboratório da Janssen – aplicadas uma única vez. Em números percentuais, isso quer dizer que 94,95% dos habitantes da cidade estão parcialmente imunizadas. Já os que completaram o esquema vacinal somam 15.457, ou 77,57%. Os “revacinados”, público com a terceira dose, totalizam 2.364, juntando homens e mulheres, o mesmo que 11,86% da grande massa local.

Há dois meses, o governo estadual sancionou a lei que institui o “passaporte da vacina” na Paraíba. A medida estabelece a exigência do comprovante de vacinação para entrar em estabelecimentos comerciais, como bares, restaurantes, shows, entre outros ambientes de lazer. De acordo com o texto da Lei nº 12.083, pessoas que recusarem a imunização também não poderão se inscrever em concurso ou prova para função pública, ser investido ou empossado em cargos na Administração Pública estadual direta e indireta.

Para Cristiane Cavalcanti, o esforço para barrar a doença foi e está sendo válido. Os exemplos são os mais variados, desde a testagem frequente até a estrutura no hospital municipal para atender casos leves da covid. “Apesar da amenizada que estamos tendo de infecções devido a covid, não podemos relaxar. O trabalho continua, prova disso são os testes sorológicos e RT-PCR, exames ofertados frequentemente. Além disso, nosso hospital teve um setor para atender casos leves, com profissionais capacitados e tudo aquilo que é de nosso alcance. Não posso esquecer dos raios X, na meta de diagnosticar problemas respiratórios e operar soluções para essa demanda. Quer dizer, um investimento alto para solucionar um dilema global, portanto, temos a alegria de dizer que muito foi feito até aqui”, pontuou a gestora.



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