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Fé, coragem e história são as definições para o segundo dia de apresentações das quadrilhas juninas na Pirâmide do Parque do Povo

Locais e turistas se reuniram para prestigiar o que faz as juninas de Campina Grande serem notadas em todo o Nordeste.



Aconteceu, na noite desta sexta-feira (9), o segundo e último dia do Concurso de Quadrilhas Juninas do Agreste da Paraíba, no Parque no Povo, em Campina Grande. O evento é uma parceria da Associação de Quadrilhas Juninas de Campina Grande (ASQUAJU), Prefeitura Municipal e Arte Produções.

O evento começou com muita chuva, mas não foi o suficiente para tirar a animação dos quadrilheiros e nem do público, que esperava ansiosamente as apresentações das juninas. Conceição Oliveira, 75 anos, é um exemplo disso. Ela veio do Estado do Sergipe para Paraíba afim prestigiar o Maior São João do Mundo, em Campina Grande, pela primeira vez e, mesmo com a chuva, afirmou que estava encantada com o evento e animada para as apresentações.

“No meu Estado, sempre ouvi que o São João de Campina Grande era maravilhoso. Vim ver e espero que as quadrilhas sejam as mais lindas possíveis. Além disso, o que mais me chamou atenção foi a organização do evento”, afirmou.

Por conta da chuva, houve um atraso nas apresentações, porque as quadrilhas precisavam ter cuidado com as cenografias, pois são objetos muito importantes e não podem ser danificados. Mesmo com toda a adversidade inicial, a primeira quadrilha entrou no tablado e o tema dela era como uma anunciação de persistência, fé e determinação. Uma reafirmação de que não existe água que apague o fogo do coração de um quadrilheiro.

As apresentações

A primeira quadrilha a se apresentar foi a ‘Rojão do forró’ com o tema “Antes de Mais Nada Tem Que Acreditar: Fé”, o enredo perfeito para a primeira apresentação da noite. A junina mostrou a importância de acreditar e seguir em frente. Uma mensagem clara e direta, mas profunda.

Antônio Carlos, 36 anos, que trabalha como marcador da quadrilha, reafirmou a importância de acreditar. “Graças a Deus tivemos fé, como nosso próprio tema fala. Conseguimos chegar até aqui e fazermos a nossa apresentação”, falou emocionado.

Já a segunda quadrilha de regionalidade o nome faz jus, se chama ‘Filhos de Campina’, e no seu primeiro ano dançando na Pirâmide do Parque do Povo, o tema foi “Coragem”. A emoção de estar ali era nítida em cada um dos participantes, a ponto de fazer o marcador da junina chorar de emoção em meio a apresentação e transbordar essa sensação no público.

A ‘Filhos de Campina’ trouxe para o “Arraiá” temas muito atuais e pertinentes, como, por exemplo: misoginia e homofobia.

Já a terceira quadrilha, de longe, foi de tirar o fôlego. O nome dela é ‘Arraiá em Paris’ e o tema foi “Café”. A junina guiou o público em uma viagem sobre a origem do café no Brasil, ao mesmo tempo que deu uma aula sobre a cultura afro-brasileira e uniu isso com a tradição das quadrilhas juninas do Nordeste. A apresentação foi como um livro de história aberto, onde os personagens dançavam em passos sincronizados.

Por fim, e não menos importante, ainda mostrou que o maior elo que pode ligar culturas e religiões diferentes é o amor.

A penúltima quadrilha a se apresentar foi a ‘Mistura Gostosa’, com o tema “Das Raízes da Vida o Nordeste é Pau”. A junina deu um show de brilhos e alegorias, ao mesmo tempo que remontou e reafirmou a cultura do Nordeste, ligando todos esses pontos através da dança e de figurinos extraordinários.

A última a se apresentar foi a quadrilha “Expressão junina” com o tema “Fogueira Essa Chama Que Me Queima”. Não teria como finalizar a noite de forma diferente. Tema regional, que ressalta a “nordestinidade” do São João e demonstra a chama da garra dos quadrilheiros.

Premiação

Para além dos troféus, as três quadrilhas campeãs devem ganhar um prêmio em dinheiro, doado pelo Restaurado de Campina Grande e mundialmente reconhecido: Flavio Capitulino. Ele fez uma doação de R$6 mil reais para ser divido entre as vencedoras. Sendo R$3 mil para o primeiro lugar,  R$2 mil para o segundo e  R$1mil para o terceiro.

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