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Arena cidade: história, arte e cultura em pleno coração do Maior São João do Mundo

O espaço no Parque do Povo promove um resgate histórico de CG durante os 38 dias festivos



Nem só de forró vive o Maior São João do Mundo, a maior festa popular realizada no interior do Nordeste. A festa realiza um resgate histórico e cultural da cidade de Campina Grande, por meio da Arena Cidade, espaço cenográfico, localizado no Parque do Povo, coração do evento e que conta com uma área de 40 mil m².

A cidade cenográfica instalada na parte superior do Parque do Povo, oferece aos visitantes um passeio pela história arquitetônica e busca, por meio da memória afetiva, reconstruir um sentimento de pertencimento à Rainha da Borborema, como também é conhecida Campina Grande. Entre os pontos icônicos da história da cidade representados no espaço estão prédios emblemáticos, como a Catedral e os Correios, e ruas importantes, como o Beco da Pororoca e a Rua Quebra-Quilos.

Em meio a festa, a réplica dos prédios e logradouros antigos, relembra a importância representativa desses marcos na construção e no desenvolvimento da cidade ao longo dos anos, resgatando o sentimento de pertencimento dos campinenses. É o caso, por exemplo, da Vila Nova da Rainha— nome dado a Campina Grande em 6 de abril de 1790, em homenagem à Rainha Dona Maria I de Portugal, motivado pela localização estratégica entre o litoral e o sertão, além das terras produtivas.

Outro ponto histórico representado e que marcou a história da cidade é Rua Quebra-Quilos, que remete à revolta popular ocorrida principalmente no Nordeste contra a mudança das medidas tradicionais (como arrátel e léguas) para o sistema métrico decimal (metro e quilo). Perto dali, encontra-se o Beco da Pororoca, atualmente denominado Travessa Almirante Alexandrino, um dos locais mais emblemáticos da cidade. O espaço surgiu entre 1930 e 1950 como uma vila de operários, durante o auge do algodão. Com o tempo, transformou-se em um ponto boêmio, com restaurantes e bares de excelente qualidade.

No espaço, está também o Beco 31, importante via histórica localizada no centro de Campina Grande. Atualmente conhecida como Rua Monsenhor Sales, sua origem remonta à década de 1920, quando abrigava o Grêmio Renascença 31— clube social e cultural fundado por um grupo de 31 pessoas para promover festas carnavalescas e atividades culturais. O nome ”31” refere-se ao número de fundadores, que impactaram significativamente a construção social da cidade.

Além das ruas, a cidade cenográfica é enriquecida pelas réplicas de prédios emblemáticos, como o antigo prédio dos Correios e Telégrafos, hoje o Museu Histórico e Geográfico de Campina Grande, localizado na Avenida Floriano Peixoto. Inaugurado em 1814, o edifício serviu como cadeia pública e câmara municipal antes de se tornar um centro de preservação da história local. No Parque do Povo, funciona como uma unidade do Procon, atendendo aos visitantes.

Próximo dali, está a Catedral de Nossa Senhora da Conceição, cartão-postal da cidade, que celebra a fé e a devoção, atraindo centenas de fiéis em suas festividades. A Igreja foi construída em 1697 como uma capela no então povoado e é lembrada como marco cultural e social. No ambiente cenográfico, é um dos principais pontos para fotografias que é visitado pelos turistas que diariamente visitam o Parque do Povo.

Ainda na Cidade Cenográfica, destaca-se o El Dourado, importante cassino frequentado pela elite local e nacional na década de 1930. No São João, é representado pelo restaurante Manoel Carne de Sol, um dos estabelecimentos mais antigos em funcionamento na cidade. O proprietário do estabelecimento, empresário Marcelo Martins explicou que ”O El Dourado foi um importante cassino no Brasil. Meu pai foi garçom do El Dourado; faz parte da história da cidade, e estou muito feliz em estar aqui.”

O historiador e professor Erik Manoel falou da importância da cenografia montada no espaço. “Preservar nossa história é um ato de amor por Campina Grande”, comentou. Ao falar da importância da iniciativa para as novas gerações, ele destacou : “Se eu puder deixar uma mensagem para os mais jovens é essa: preocupação com a nossa história e com a nossa memória. Como eu sempre digo na sala de aula, a gente só cuida daquilo que a gente ama – a gente só ama aquilo que a gente conhece”.

O Parque do Povo, local onde a Arena Cidade está instalada é aberto à visitação a partir das 17h de segunda a sexta-feira, e às 16h nos finais de semana e feriados. O espaço não só homenageia a dona da festa que é a Rainha da Borborema, destacando alguns dos seus principais pontos e prédios históricos e culturais ao longo dos séculos, como convida todos os visitantes a refletirem sobre a importância de se manter viva a história da cidade na memória dos que nela residem.

Arena cidade: história, arte e cultura em pleno coração do Maior São João do Mundo

Repórter Educom



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