Uma adolescente de 15 anos foi assassinada a tiros no final da tarde deste domingo (14) em Monteiro, município do Cariri paraibano. O caso é tratado como feminicídio e o suspeito é um homem de 56 anos de idade, que está foragido.
Gilson e a vítima
O suspeito se chama Gilson Cruz. E, de acordo com testemunhas, ele mantinha um relacionamento com Maria Vitória dos Santos. Eles estariam bebendo dentro da casa de Gilson quando uma discussão foi iniciada. Foi nesse momento que o homem teria feito os disparos que matou a adolescente.
Casa de Gilson Cruz, onde Maria Vitória morreu, em Monteiro. Ele fugiu e é considerado foragido pela Polícia Civil da Paraíba — Foto: Edvaldo José/Rede Paraíba
Conforme o delegado Sávio Siqueira, conhecidos relatam um relacionamento com constantes agressões de Gilson contra a vítima. Apesar disso, não existe registro policial dessas agressões.
Maria Vitória foi morta com tiros de revólver. O delegado explica que o próprio Gilson já contatou sua defesa e a Polícia Civil recebeu a notícia do caso através do advogado do suspeito.
“Ele atirou mais de uma vez, ele se certificou de fato acertá-la e acertou de uma maneira que não tinha como ela sobreviver”, disse o delegado.
O caso aconteceu no Loteamento Apolônio, no bairro de Bernardino Lemos, em Monteiro. A Polícia Civil da Paraíba foi acionada logo após o crime.
Investigações estão em curso e a prioridade no momento é tentar prender Gilson. Ele deve ser indiciado pelo crime de feminicídio.
Gilson Cruz de Oliveira, de 56 anos, o único suspeito de matar a adolescente de 15 anos Maria Vitória dos Santos, em Monteiro, na Paraíba, foi condenado por lesão corporal dolosa em decorrência de violência doméstica contra a própria filha. O homem está foragido desde o domingo (14), quando teria feito os disparos que matou a menina com quem se relacionava.
No domingo, Maria Vitória e Gilson estariam bebendo em casa quando uma discussão foi iniciada. Nesse momento o homem teria atirado na adolescente, de acordo com testemunhas.
Até o momento, sete feminicídios já foram registrados oficialmente neste ano na Paraíba. Conforme levantamento do Núcleo de Dados da Rede Paraíba, o mês de junho registrou três assassinatos de mulheres por conta de seu gênero.
O caso do último domingo não é o único que envolve Gilson e violência contra mulheres e menores. Em ambas ocorrências, Gilson também havia consumido bebidas alcoólicas.
Segundo consulta no site do Tribunal de Justiça da Paraíba, a agressão contra a própria filha, também adolescente na época, aconteceu em junho de 2019, em Monteiro. Enquanto a menor dormia no quarto do pai, Gilson Cruz chegou em aparente estado de embriaguez e passou a discutir com a menina.
Durante a discussão, inicialmente verbal, o denunciado chutou o cachorro da filha. Indignada com a atitude do pai, a jovem passou a “reclamar” com o acusado. Então, ele começou a agredi-la com chutes, empurrões, puxões de cabelo e mordidas. Mais tarde, quando a vítima chegou à instituição de ensino onde de estudava, as marcas da agressão foram vistas pela direção do educandário, que acionou o Conselho Tutelar.
Após os fatos serem comunicados na Delegacia Especializada a Mulher de Monteiro, Gilson foi ouvido e assumiu as agressões, dizendo que “perdeu a paciência”.
A denúncia foi instruída com o Inquérito Policial e recebida pelo sistema judiciário em fevereiro de 2020. Duas testemunhas também foram ouvidas em juízo e confirmaram os seus depoimentos prestados na sede policial.
Em abril de 2024 foi proferida a pena definitiva de seis meses de detenção. Segundo a juíza do caso, Anna Carla Falcão da Cunha Lima Alvez, o réu deveria iniciar o cumprimento da pena privativa de liberdade no regime aberto. A pena foi substituída pelo prazo de dois anos prestando serviços à comunidade.
Filha tinha medida protetiva contra Gilson Cruz
Quando procurou a delegacia em 2019, após as agressões, um pedido de medida protetiva foi expedido contra Gilson Cruz pela prática crime de lesão corporal em decorrência de violência doméstica. A medida durou dois anos.
Em 2021, a adolescente declarou que não possuía interesse na manutenção das medidas protetivas deferidas, afirmando que reconciliou-se com seu pai.
Maria Vitória trabalhava para seu assassino e era agredida
Conforme informações da delegacia de Monteiro, Maria Vitória conheceu Gilson quando começou a trabalhar na padaria dele há quase dois anos.
Logo depois, passaram a se relacionar e há 4 meses moravam juntos. A família aprovava o relacionamento da menor com o homem.
O delegado que acompanha o caso, Sávio Siqueira, informou que conhecidos relatam um relacionamento com constantes agressões de Gilson contra a vítima. Apesar disso, não existe registro policial dessas agressões.
Por g1 PB