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Primeira-dama Juliana Cunha Lima homenageia a história de Campina Grande vestindo blazer exclusivo no desfile Campina Feita à Mão

Peça retrata o Monumento dos Pioneiros, exaltando a força da mulher nordestina e o simbolismo do algodão





O desfile do projeto “Campina Feita à Mão”, realizado pela Prefeitura de Campina Grande na última terça-feira (17), foi marcado por emoção, arte e representatividade. E uma das grandes expressões dessa proposta foi traduzida na escolha do look da primeira-dama Juliana Figueiredo Cunha Lima, idealizadora do projeto.

Para a ocasião, a primeira-dama usou um blazer exclusivo, desenhado pela artista plástica Maíra Araújo, da Leftt Store, e pela fotógrafa Nara Macêdo, do Retratos do Cariri, que assinaram uma das coleções do desfile. A dupla está à frente de uma loja-atelier instalada na Vila do Artesão, em Campina Grande.

A peça vestida por Juliana foi feita com tecido crepe amanda e o resultado é fruto de um trabalho coletivo que transformou arte em moda. Além de Maíra e Nara, a produção do blazer também contou com curadoria do estilista Paulo Victor, sublimação de Luiz Paulo Gomes (Mega Álbum) e costura de Vanderleia Maria.

Mais do que uma roupa, a peça foi pensada como uma manifestação de respeito à memória e à identidade local. “A peça que vesti foi pensada como uma homenagem ao Monumento dos Pioneiros. Na criação, a catadora de algodão, símbolo tão forte da história de Campina, ganha forma e destaque”, afirmou Juliana.

O monumento, que retrata os trabalhadores que desbravaram o sertão paraibano, serviu de inspiração para trazer à tona a trajetória de tantas mulheres anônimas que moldaram a economia e a cultura da cidade. A peça, feita sob medida, é marcada por traços únicos e cores simbólicas, que representam a força da mulher e do trabalho manual.

Para uma das criadoras, Maíra Araújo, o blazer representa a essência do projeto e da própria Campina Grande. “Criar essa peça foi, antes de tudo, um ato de amor pela nossa história. A catadora de algodão não é só uma imagem, ela é memória viva, é ancestralidade. Trabalhamos para que todas as nossas peças fossem um manifesto artístico, costurado com a verdade das nossas raízes, das nossas paisagens e das nossas crenças.”

A Leftt, na Vila do Artesão, se destaca por produtos autorais que enaltecem a cultura Nordestina, com diversas técnicas: pirografia, artes plásticas e fotografias, transformando elementos do cotidiano nordestino — como a fé, a natureza, os costumes populares e os elementos de Campina Grande — em itens de decoração e acessórios com identidade e propósito.

No desfile, outras peças assinadas pela colaboração entre Maíra e Nara também chamaram atenção. Segundo a fotógrafa, a coleção foi guiada por um conceito unificador: os elementos do Cariri. “Foram criadas peças customizadas a partir das minhas fotografias, com a intervenção das artes plásticas de Maíra. A fé foi representada por Nossa Senhora dos Milagres, a mãe do Cariri, com um quadro instalado no fundo do palco e uma jaqueta. A força do trabalho foi representada pelos vaqueiros, com um colete e outro quadro. Uma camisa estampada com a imagem de um cangaceiro representou a bravura. E, para as paisagens, escolhemos uma foto do algodão, também presente em quadro no palco e estampada no blazer usado por Juliana. Mostramos que a fotografia e as artes plásticas, quando se encontram, viram moda.”

A escolha da primeira-dama por vestir uma peça feita por artistas locais foi, além de um gesto de valorização, um recado claro sobre o propósito do projeto: dar protagonismo aos artistas da terra, fortalecer a economia criativa e contar a história de Campina Grande com traços, texturas e emoção. O blazer, que ocupou lugar de destaque no desfile, já se torna um dos símbolos visuais da primeira edição do “Campina Feita à Mão” — um evento que uniu passado, presente e futuro sob os olhos atentos de quem acredita na arte como instrumento de transformação.





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